Depoimentos inéditos mostram como PCC ameaçava empresários para lavar dinheiro do crime

  • 28/09/2025

Depoimentos inéditos mostram como PCC ameaçava empresários para lavar dinheiro do crime

Depoimentos inéditos mostram como quadrilha de lavagem de dinheiro obrigava empresários a entregar negócios para o crime O Fantástico exibiu depoimentos de empresários ameaçados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavar dinheiro do crime. A organização usava motéis, postos de combustível e jogos de azar para movimentar bilhões de reais de forma ilícita. As declarações das vítimas expõem intimidações, fraudes e violência. Empresários relatam que foram obrigados a vender negócios sob ameaças de morte. Os nomes dos empresários não serão revelados na reportagem para garantir a sua segurança. Um deles tinha um posto de combustível, estava precisando de dinheiro e recebeu uma proposta de compra. Mas ele não sabia os supostos compradores eram ligadas ao crime e que nunca o dariam o valor prometido. Ele contou que ao tentar desfazer o contrato, passou a ser intimidado. “Ele começou a falar: ‘É, tem pai matando o filho por causa de dinheiro. Tem filho matando o pai por causa de dinheiro. Se mata muito fácil por causa de dinheiro’”, relatou. A quadrilha manteve o posto em seu nome e passou a vender combustível adulterado, deixando-o como responsável legal. "Elas eram vítimas até duas vezes. Primeiro, porque não recebiam e depois num segundo momento porque passavam a responder inclusive pelos crimes praticados pela organização criminosa", diz o promotor de Justiça Sílvio Loubeh. Outro dono de posto relatou situação parecida. Ele vendeu o estabelecimento em 2018. “Você vai vender o posto por bem ou por mal”, teria ouvido de um dos criminosos. Ele diz que teve sua assinatura falsificada para novos contratos e hoje ainda negocia com bancos para tentar quitar dívidas feitas pela quadrilha. Durante depoimento, ele reconheceu os responsáveis pelo golpe. "Em princípio: Alexandre Leal, que foi pessoa que veio comprar o estabelecimento. E eu sei que, posteriormente, ele repassou para essa pessoa que se chamava Wilson, e chamavam ele de Wilsinho", conta. Wilsinho, segundo o Ministério Público, é Wilson Pereira Júnior, que comprava os postos em sociedade com o empresário Flávio Silvério Siqueira, apontado como o principal beneficiário do esquema. O advogado de Flávio Silvério Siqueira disse que seu cliente “não tem contato com ninguém do PCC” e que “o PCC mexe com crime e não com motéis ou qualquer outra empresa”. O advogado de Wilson Pereira Júnior afirmou que o seu cliente “não foi formalmente citado no processo” e que “qualquer esclarecimento será prestado às autoridades”. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Alexandre Leal. Enquanto as investigações continuam, as vítimas tentam reconstruir a vida. “Perdi meu ganha-pão. E aí, a gente fica desesperado”, disse uma delas. Outra disse: "Eu sabia que ia dançar financeiramente, que não ia ter mais vida pra nada. Mas pelo menos eu toco minha vida”. A investigação A investigação é do Ministério Público e da Receita Federal. Segundo os órgãos, trata-se de um “esquema sofisticado, societário e financeiro” para acobertar crimes. Os promotores afirmam que a quadrilha controlava centenas de negócios. Entre eles, 267 postos de combustível e 60 motéis no estado de São Paulo. Como o PCC usava rede de motéis para lavar dinheiro em SP? Em quatro anos, as empresas ligadas ao grupo movimentaram cerca de R$ 6 bilhões. Segundo um dos investigadores, motéis são propícios para lavar dinheiro porque é mais difícil fazer o controle da entrada e saída de clientes, o que facilita a maquiagem das receitas. O esquema usava fintechs (instituições financeiras digitais) para centralizar o dinheiro ilícito. A principal delas era a BK Bank, que, de acordo com os investigadores, recebia transferências milionárias dos postos e motéis. A defesa da BK Bank diz que a instituição é regulada e autorizada pelo Banco Central e nega envolvimento com os investigados. Ao sair da fintech, o dinheiro era usado para comprar itens de luxo para os criminosos. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts, trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTA O podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1 e nos principais aplicativos de podcasts.

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